Autora: Maria Adela Palcos TEXTO COMPLETO
O ser humano como ser que ama.
O ser humano como ser de serviço.
Creio que temos que desenvolver, neste momento, a idéia de serviço; idéia em torno da qual todas as energias dispersas podem ir encontrando seu lugar: as de alegria e as de tristeza, as de boa vontade e as de má vontade.
Precisamos tomar consciência de que estamos prestando um serviço, tanto se compusermos uma música, como se fizermos uma casa ou vendermos algo no mercado.
Cada ação é um serviço. Até o respirar, o sorrir e o chorar; cada uma de nossas manifestações vai produzindo uma transformação, uma mudança ao nosso redor.
Temos que tomar consciência disto e, em cada ação, perguntar-nos: que serviço estou realizando com esta ação? Que serviço está sendo realizado por meu intermédio? Qual é a mudança que está sendo produzida por esta minha respiração, por este meu pensamento, este cumprimento, esta comida que estou ingerindo, este grito que emito, esta palavra que digo ou que não digo?
O que estou produzindo… com toda contínua irradiação que sou?
Sou uma irradiação contínua, porém não sou uma atenção a esta irradiação; portanto, não posso responsabilizar-me pelo que sou; portanto não sou livre. Só aprendendo o verdadeiro serviço, o serviço total, serei livre.
Nossa essência é serviço, na medida em que é vida dentro da vida.
Fomos criados para sermos mortos dentro da vida; continuamente freando a vida para ver o que ela me dá. Está me dando tudo o que tem que me dar? Tenho que exigir; tenho que protestar. Tenho que conseguir o que me pertence; tenho que agarrá-lo; e, se não me dão, tenho que fazer com que sintam o meu descontentamento, minha fúria, minha negação.
Exatamente o que temos que fazer é ir para a margem oposta.
Só a contemplação do espírito de serviço, em cada ato de nossa vida, pode conduzir-nos à liberdade.
Liberdade e amor são uma coisa só e a mesma coisa; uma mesma substância irradiante, que é o que sou.