Autora: Maria Adela Palcos
Havia três escolas de autoconhecimento e transformação humana. Cada uma dispunha de variado instrumental para que o ser humano alcançasse sua mais completa realização.
A Escola Apolínea
Tinha uma disciplina austera, frugal, comedida, buscando sempre a ascensão da energia.
Dela derivam a escultura grega, o desenho, a linha pura, a arquitetura clássica, a música culta, cortesã.
O tipo de plástica correspondente a esta escola é representado pela dança clássica, de passos fixos, bem estudados, com uma forma precisa, estética, equilibrada. Esta escola esteve em voga, no mundo ocidental, até meados do século XX.
A Escola Dionisíaca
Como a apolínea, nasceu na Grécia. Porém, era antagônica àquela. Uma respondia à energia do sol nascente, Apolo; a outra a do sol poente, Dionísio.
Esta escola buscava a autorealização através do sentir e do expressar, experimentando e transitando por todo tipo de emoções.
Dela nasceram o teatro, a tragédia e a comédia, a pintura com profusão de cores, a ópera e grande parte da música folclórica.
A plástica dionisíaca trabalha no plano horizontal, expansivo, em giro permanente, vinculando o que está fora com o que está dentro, expressando com plenitude todos os extremos do sentimento humano. Busca a total centrifugação, que produz uma conexão mais sutil com o essencial, através dos centros cardíaco e lumbo-sacro.
As Escolas Orientais
Muitas delas ainda existem e, portanto, são mais conhecidas. Tanto as diversas yogas como as diferentes formas de zen-budismo e muitas outras que não vamos mencionar, pois há extensa literatura a respeito e possibilidade de conhecimento direto.
A plástica orientalista é de alternância entre um lado e outro – esquerdo e direito, ying e yang. Privilegia o equilíbrio instável, sem definição, porém com uma sábia capacidade de optar pelo que seja mais adequado a cada momento.
Seu ponto de apoio encontra-se no centro vegetativo, onde encontra a paz que permite viver esta indefinição, esta possibilidade de aceitar os opostos, sem ansiedade, nem angústia.
Esta plástica libera pelo humor, que é trabalhado pelas linhas laterais do corpo.
A plástica apolínea procura a forma ótima como modo de preservar o conteúdo.
A dionisíaca, em contra partida, busca liberar o conteúdo, rompendo a forma.
A orientalista alterna a importância entre forma e conteúdo, de acordo com a situação.
Nosso sistema procura combinar estas 3 plásticas, pois entre a reta, o círculo e a vibração alternante, consegue-se ingressar na espiral evolutiva que é o movimento para o infinito.
Escola Apolínea Escola Dionisíaca
Escola Apolínea | Escola Dionisíaca |
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Intelecto | Intuição |
Clareza de Consciência | Valoração do Inconsciente e do Supraconsciente |
Racional | Emocional |