Autora: Maria Adela Palcos
Tem sentido o trabalho interior em um país que perdeu o norte?
Categoricamente, sim. É necessária uma expansão de consciência que nos ligue à silenciosa fonte de vida em nosso interior. É necessário descobrir que essa fonte é a mesma para toda a humanidade, é a mesma até os confins do universo.
Há poucos dias realizamos uma convivência no campo com um grupo de pessoas , estrangeiras e pessoas do interior , que se congregam todos os anos, nesta época, com o exclusivo objetivo de fazer um trabalho sobre si, de reencontrar-se. Nosso principal mestre foi o bosque.
“Recostada em uma árvore, entregue a sua firmeza verde e calma. Ela me ensinou que era uma só com aquela outra que havia logo à frente e com aquela outra mais adiante; que era uma só e a mesma vida: filhos, pais e mães, avós. Tinham troncos diferentes, porém seus galhos e suas raízes se tocavam … e assim me senti; vi que a vida que há em mim é a mesma que há nos meus companheiros, em minha família, em todos os seres humanos. Nunca mais poderia ficar com raiva ou desconfiar dos outros como anteriormente, porque me via em todos eles. Sou parte de todos e eles são parte de mim”. Assim se expressou “E” (uma participante), sendo porta-voz do que muitos de nós sentíamos. Estávamos encontrando o norte desde dentro, que foi onde se perdeu.
Temos a convicção que a crise não é só do nosso país, é mundial. Um terço da humanidade morre de fome, apesar de haver, segundo a FAO, um excedente de 7 a 8% de alimentos a nível mundial.
Dizemos que queremos paz e acabamos de viver uma 3ª guerra mundial no Golfo Pérsico.
É um mundo esquizofrênico.
Dizemos amar a vida e calcula-se que haja meia tonelada de explosivos por habitante deste estremecido planeta (com um décimo milésimo disto, seríamos feitos todos em pedaços).
É um mundo paranóico.
Como chegamos a este ponto? A esta coisa sem sentido…
Como sair?
Creio que a nossa doença comum é a desconfiança, que chega a tal ponto que surge o flagelo da AIDS. Uma desconfiança, uma paranóia que se instala no seio do amor humano, na intimidade do casal.
Desconfiamos: um país do outro, um estado do outro, um irmão do outro; tudo porque desconfiamos de nós mesmos, ainda que não o queiramos confessar.
Adoramos falsos ídolos: a riqueza, o poder, porque perdemos nossa riqueza interior e nosso poder inato. Tornamos fundamental o poder e a riqueza (que no fundo é uma forma de poder) de maneira que os colocamos fora de nós mesmos, que somos a vida fluindo. Somos verbo, ação, não podemos reter o poder, podemos isto sim, conjugá-lo. Posso ganhar dinheiro, posso comer, posso construir, posso sentir, posso pensar, posso comunicar-me. E daí vem o podemos: podemos compreender-nos, amar-nos, ajudar-nos, compartilhar, conscientizar-nos que somos células do Grande Organismo Universal, movimentos dentro do incessante Fluir Cósmico. Então, nos sentimos ricos… Quando esquecemos disto tudo nos sentimos pobres, mesmo que tenhamos milhões de dólares. Curiosamente, onde ocorre o maior número de suicídios é nos países “ricos”.
Quando a pessoa se esquece … começa a buscar a riqueza fora.
Quando me esqueço dessa riqueza que sou, quero ter riquezas.
Quando me esqueço desse potencial que sou, quero ter riquezas.
Isto acontece conosco, mas pode ser corrigido. Porque necessitamos corrigi-lo, necessitamos viver de outra maneira, viver com plenitude.
A necessidade move montanhas.
E a necessidade conscientizada, move o universo. Creia.
Em cada um de nós há poderosos centros de energia, usinas que constantemente absorvem, transformam, irradiam.
Absorvem o alimento que necessitam: conexão, idéias, amor, ar, comida e apoio…
Irradiam, antes da transformação, consciência, imagens criadoras, palavras, amor, energia vital, força de ação, confiança, firmeza.
Não aprendemos a conhecer estes centros e portanto os vivenciamos de forma fragmentada e muitas vezes como contrapostos. Nos disseram “ama teu próximo como a ti mesmo” e, ao mesmo tempo, “não leve desaforo para casa”; “seja generoso(a)” e, também, “pegue tudo que puder”. A relação seria longa, qualquer um pode elaborá-la e é um exercício interessante para ajudar-nos a superar nossos condicionamentos. Nossos sentidos e nossa mente foram adestrados de tal maneira que não temos acesso à realidade. Portanto temos medo.
Perdemos a noção de que vivemos em um planeta preparado para satisfazer todas as nossas necessidades primárias. Portanto, temos medo. O centro baixo, esse umbigo que nos conecta à nossa mãe Terra, é a resposta. Através dele sentimos a confiança e a segurança de estar no lugar certo e de sermos filhos bem amados.
Perdemos a noção de que somos parte integrante do cosmos e de que somos seus co-criadores. Por fim nos sentimos órfãos, vítimas ou indefesos, a mercê de não se sabe quais forças malignas.
O centro coronário , no alto da cabeça , é o umbigo que nos une ao cosmos; através dele nos alimentamos do infinito e transcendemos até realidades infinitas.
Nós sabemos ser sagrados.
Vou fazer referência a só mais um centro, apesar de que tradicionalmente se fale de Sete Centros Superiores (pela minha percepção , como os 3 mosqueteiros, eram 4 , os 7 centros são 9), isto para não alongar em demasia este texto e também, porque tenho a convicção de que, neste momento crítico que estamos vivendo, estes são os 3 centros mais esquecidos: o baixo, o coronário e o cardíaco. Esta inteligência do coração, porque aprendemos a cultura da conveniência, é tantas vezes calada. Parece que não é conveniente esta disputa com o coração, já que o ele necessita dar: dar amor, dar-se. Quando olho tudo isto a partir do meu centro vegetativo, do meu instinto de sobrevivência, tudo parece incompreensível, pois este centro diz, preciso ingerir, tenho necessidade que me alimentem; necessito dar-me.
Esta aparente contradição que se produz na natureza humana, cria conflito, sentimentos de culpa, sentimentos de inadequação e, então, o centro intelectual vem em auxílio para resolver os conflitos entre egoísmo e generosidade, individualismo e fraternidade. E, se ele se embaralha, há uma interferência de centros que transforma o pensamento em astúcia, pela sua cumplicidade com o instinto.
Se compreendemos a natureza dos centros e a legitimidade de suas necessidades, podemos ir da idéia de conveniência para a de necessidade; já que há um centro a altura da hipófise , o da contemplação , que como esta glândula tem a capacidade de harmonizar as diversas necessidades que nos movem e cuidar para que cada parte receba o que lhe é de direito. É o princípio da democracia interior; onde se inicia toda a possibilidade de democracia.
Este centro é a resposta a essa carência afetiva que, acredito, é a marca da humanidade atual. Em geral, não nos sentimos amados e isto, para alguns, transforma-se em depressão, para outros em violência e, para todos, em algum tipo de doença que nos torna anti-sociais, mesmo que sejamos bem educados.
O centro do coração alimenta-se de dar. Quando conseguimos entrar em contato com esta verdade e sentir sua poderosa energia de calor-amor, perdemos o medo. Começamos a sentir que não há bem estar de um, sem o bem estar do outro; que estando unidos , através deste cordão umbilical (o centro cardíaco) , com o resto do gênero humano, nossa sorte é compartilhada por todos. Surge o amor e daí a solidariedade é só uma conseqüência; em decorrência nasceria a idéia do bem comum como uma verdade inquestionável, da política como forma de realizar esta verdade.
A crise transforma-se em possibilidade de crescimento. Assim, de imediato, com este simples instrumental que nos permite conhecer e usar conscientemente nossos centros energéticos, podemos transformar-nos e transformar a vida no planeta… o que nos faz tanta falta.
Viver como seres radiantes que somos é o sentido de nossa vida na Terra, e isto não é utopia.
Categoricamente, sim. É necessária uma expansão de consciência que nos ligue à silenciosa fonte de vida em nosso interior. É necessário descobrir que essa fonte é a mesma para toda a humanidade, é a mesma até os confins do universo.
Há poucos dias realizamos uma convivência no campo com um grupo de pessoas , estrangeiras e pessoas do interior , que se congregam todos os anos, nesta época, com o exclusivo objetivo de fazer um trabalho sobre si, de reencontrar-se. Nosso principal mestre foi o bosque.
“Recostada em uma árvore, entregue a sua firmeza verde e calma. Ela me ensinou que era uma só com aquela outra que havia logo à frente e com aquela outra mais adiante; que era uma só e a mesma vida: filhos, pais e mães, avós. Tinham troncos diferentes, porém seus galhos e suas raízes se tocavam … e assim me senti; vi que a vida que há em mim é a mesma que há nos meus companheiros, em minha família, em todos os seres humanos. Nunca mais poderia ficar com raiva ou desconfiar dos outros como anteriormente, porque me via em todos eles. Sou parte de todos e eles são parte de mim”. Assim se expressou “E” (uma participante), sendo porta-voz do que muitos de nós sentíamos. Estávamos encontrando o norte desde dentro, que foi onde se perdeu.
Temos a convicção que a crise não é só do nosso país, é mundial. Um terço da humanidade morre de fome, apesar de haver, segundo a FAO, um excedente de 7 a 8% de alimentos a nível mundial.
Dizemos que queremos paz e acabamos de viver uma 3ª guerra mundial no Golfo Pérsico.
É um mundo esquizofrênico.
Dizemos amar a vida e calcula-se que haja meia tonelada de explosivos por habitante deste estremecido planeta (com um décimo milésimo disto, seríamos feitos todos em pedaços).
É um mundo paranóico.
Como chegamos a este ponto? A esta coisa sem sentido…
Como sair?
Creio que a nossa doença comum é a desconfiança, que chega a tal ponto que surge o flagelo da AIDS. Uma desconfiança, uma paranóia que se instala no seio do amor humano, na intimidade do casal.
Desconfiamos: um país do outro, um estado do outro, um irmão do outro; tudo porque desconfiamos de nós mesmos, ainda que não o queiramos confessar.
Adoramos falsos ídolos: a riqueza, o poder, porque perdemos nossa riqueza interior e nosso poder inato. Tornamos fundamental o poder e a riqueza (que no fundo é uma forma de poder) de maneira que os colocamos fora de nós mesmos, que somos a vida fluindo. Somos verbo, ação, não podemos reter o poder, podemos isto sim, conjugá-lo. Posso ganhar dinheiro, posso comer, posso construir, posso sentir, posso pensar, posso comunicar-me. E daí vem o podemos: podemos compreender-nos, amar-nos, ajudar-nos, compartilhar, conscientizar-nos que somos células do Grande Organismo Universal, movimentos dentro do incessante Fluir Cósmico. Então, nos sentimos ricos… Quando esquecemos disto tudo nos sentimos pobres, mesmo que tenhamos milhões de dólares. Curiosamente, onde ocorre o maior número de suicídios é nos países “ricos”.
Quando a pessoa se esquece … começa a buscar a riqueza fora.
Quando me esqueço dessa riqueza que sou, quero ter riquezas.
Quando me esqueço desse potencial que sou, quero ter riquezas.
Isto acontece conosco, mas pode ser corrigido. Porque necessitamos corrigi-lo, necessitamos viver de outra maneira, viver com plenitude.
A necessidade move montanhas.
E a necessidade conscientizada, move o universo. Creia.
Em cada um de nós há poderosos centros de energia, usinas que constantemente absorvem, transformam, irradiam.
Absorvem o alimento que necessitam: conexão, idéias, amor, ar, comida e apoio…
Irradiam, antes da transformação, consciência, imagens criadoras, palavras, amor, energia vital, força de ação, confiança, firmeza.
Não aprendemos a conhecer estes centros e portanto os vivenciamos de forma fragmentada e muitas vezes como contrapostos. Nos disseram “ama teu próximo como a ti mesmo” e, ao mesmo tempo, “não leve desaforo para casa”; “seja generoso(a)” e, também, “pegue tudo que puder”. A relação seria longa, qualquer um pode elaborá-la e é um exercício interessante para ajudar-nos a superar nossos condicionamentos. Nossos sentidos e nossa mente foram adestrados de tal maneira que não temos acesso à realidade. Portanto temos medo.
Perdemos a noção de que vivemos em um planeta preparado para satisfazer todas as nossas necessidades primárias. Portanto, temos medo. O centro baixo, esse umbigo que nos conecta à nossa mãe Terra, é a resposta. Através dele sentimos a confiança e a segurança de estar no lugar certo e de sermos filhos bem amados.
Perdemos a noção de que somos parte integrante do cosmos e de que somos seus co-criadores. Por fim nos sentimos órfãos, vítimas ou indefesos, a mercê de não se sabe quais forças malignas.
O centro coronário , no alto da cabeça , é o umbigo que nos une ao cosmos; através dele nos alimentamos do infinito e transcendemos até realidades infinitas.
Nós sabemos ser sagrados.
Vou fazer referência a só mais um centro, apesar de que tradicionalmente se fale de Sete Centros Superiores (pela minha percepção , como os 3 mosqueteiros, eram 4 , os 7 centros são 9), isto para não alongar em demasia este texto e também, porque tenho a convicção de que, neste momento crítico que estamos vivendo, estes são os 3 centros mais esquecidos: o baixo, o coronário e o cardíaco. Esta inteligência do coração, porque aprendemos a cultura da conveniência, é tantas vezes calada. Parece que não é conveniente esta disputa com o coração, já que o ele necessita dar: dar amor, dar-se. Quando olho tudo isto a partir do meu centro vegetativo, do meu instinto de sobrevivência, tudo parece incompreensível, pois este centro diz, preciso ingerir, tenho necessidade que me alimentem; necessito dar-me.
Esta aparente contradição que se produz na natureza humana, cria conflito, sentimentos de culpa, sentimentos de inadequação e, então, o centro intelectual vem em auxílio para resolver os conflitos entre egoísmo e generosidade, individualismo e fraternidade. E, se ele se embaralha, há uma interferência de centros que transforma o pensamento em astúcia, pela sua cumplicidade com o instinto.
Se compreendemos a natureza dos centros e a legitimidade de suas necessidades, podemos ir da idéia de conveniência para a de necessidade; já que há um centro a altura da hipófise , o da contemplação , que como esta glândula tem a capacidade de harmonizar as diversas necessidades que nos movem e cuidar para que cada parte receba o que lhe é de direito. É o princípio da democracia interior; onde se inicia toda a possibilidade de democracia.
Este centro é a resposta a essa carência afetiva que, acredito, é a marca da humanidade atual. Em geral, não nos sentimos amados e isto, para alguns, transforma-se em depressão, para outros em violência e, para todos, em algum tipo de doença que nos torna anti-sociais, mesmo que sejamos bem educados.
O centro do coração alimenta-se de dar. Quando conseguimos entrar em contato com esta verdade e sentir sua poderosa energia de calor-amor, perdemos o medo. Começamos a sentir que não há bem estar de um, sem o bem estar do outro; que estando unidos , através deste cordão umbilical (o centro cardíaco) , com o resto do gênero humano, nossa sorte é compartilhada por todos. Surge o amor e daí a solidariedade é só uma conseqüência; em decorrência nasceria a idéia do bem comum como uma verdade inquestionável, da política como forma de realizar esta verdade.
A crise transforma-se em possibilidade de crescimento. Assim, de imediato, com este simples instrumental que nos permite conhecer e usar conscientemente nossos centros energéticos, podemos transformar-nos e transformar a vida no planeta… o que nos faz tanta falta.
Viver como seres radiantes que somos é o sentido de nossa vida na Terra, e isto não é utopia.